Na aula dois, do projeto Eu escritor, Raimundo de Moraes antes mesmo de iniciar uma conversa de “como fazer” ficção, propõe uma reflexão para algumas perguntas, que segundo ele, são etapas iniciais, que precisam ser respondidas com sinceridade pelas pessoas que pretendem torna-se escritores.

Por Raimundo de Moraes

FlerteOlá.

Provavelmente você chegou a este texto movido pela curiosidade: que dicas esse cara tem para dar sobre o ofício de escrever, se na web, nas livrarias e nas oficinas literárias existe um monte de informação sobre o assunto?

Claro. Você está certo/a em pensar assim. Nesse nosso primeiro contato juro que não passarei fórmulas, porque muita gente seguiu fórmulas, publicou livro e não teve reconhecido o seu talento. Às vezes juntamos direitinho todos os ingredientes do bolo, mas ele não cresce – ou não tem aquele sabor especial que gostaríamos que tivesse.
Então, qual o caminho das pedras? Para início de conversa, imagine agora que você não é mais um ser humano, mas sim uma longa estrada. Pronto. Você já tem a resposta à primeira pergunta deste parágrafo. Sim, você é o caminho. Porque para se construir e crescer como seres humanos temos que escolher o nosso chão e a direção a ser tomada. Estando bem claro isso em nossa mente, temos que nos preparar para o modus operandi, o fazer buscando resultados. Pois o ofício de escrever literatura tem as suas ferramentas para dar suporte à nossa escolha, ao nosso caminho.

Quais são as ferramentas iniciais que precisamos aprender a usar? Primeiro, gostaria que você fizesse a si mesmo/a algumas perguntas:

1 – Por que eu quero ser escritor/a?
2 – O que eu tenho a dizer através dessa escolha?
3 – Se não escrever com regularidade isso me afeta de alguma forma?
4 – Que tempo eu disponho para dedicar-me à minha formação?

A resposta para a pergunta um vai revelar como você vê o mundo e como você vê o mundo da escrita literária. A resposta para a pergunta dois vai revelar a sua direção. Ela levará ao que chamamos estilos e gêneros. Assim como a dança e a música, a prosa de ficção é muito ampla em suas possibilidades e desafios: crônica, conto, romance, gênero policial, infanto-juvenil, humor, livro reportagem, biografias etc. Na sua resposta três existe uma decisão. Se escrever realmente é algo tão ou mais importante como assistir a um bom filme ou sair com os amigos, provavelmente você tem já canalizado no seu lado emocional e intelectual uma aptidão que pode ser trabalhada. E esta aptidão poderá gerar frutos ou não, dependendo do que você respondeu na pergunta quatro.

Este é o início da nossa conversa online, o flerte inicial com o ofício de escrever. Nos próximos encontros iremos debater as perguntas que estão lá em cima, daremos dicas de livros, iremos propor exercícios e talvez descobriremos juntos novas possibilidades. Começará o seu namoro com a literatura, depois o noivado e em seguida o casamento. E como todos os relacionamentos, ele também tem expectativas e frustrações. Mas pode trazer momentos de grandes realizações e alegrias.

Até breve.

Envio de exercícios para o e-mail: neyandersoncavalcante@gmail.com 

One thought on “Flerte”
  1. Raimundo, acho que mesmo depois do namoro, noivado e casamento, quem curte mesmo escrever continua flertando com a arte. Acho que esse flerte gostoso é que faz com que a gente continue apaixonado pelo velho amor. Seu texto bota a gente pra pensar.

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