Por Ney Anderson
Em meados do século XIX, tendo em vista a grande quantidade de portugueses no Recife, foi pensando em criar uma associação, um local adequado para encontros e reuniões. O comendador e então chanceler do Consulado de Portugal, José Alves, tentando encontrar uma solução, pensou na possibilidade de um espaço para leitura. Mas foi o cirurgião e jornalista João Vicente Martins que realizou o projeto. Ainda no mesmo ano, 1850, foi fundado em sessão solene, no Teatro Apolo, o Gabinete Português de Leitura. No ano seguinte, a primeira instalação do espaço foi concluída, na Rua da Cadeia, atual Marquês de Olinda. Só em 1921 o Gabinete mudou para a Rua do Imperador, permanecendo lá até hoje.
Fotos: Ney Anderson – Fachada do Gabinete
Com o lema de “unir os portugueses residentes em Pernambuco, fomentando a sua unidade moral e congregando-se no culto à Pátria Portuguesa e amor ao Brasil”, o objetivo não só acabou sendo concretizado como fez que o GPL, entrasse definitivamente nas atividades culturais da capital. Com uma vasta biblioteca, que possui um acervo de mais de 80 mil exemplares, a maioria datadas do século XV e XVI de várias partes do mundo, e com algumas raridades, como um manuscrito de um capítulo do livro A cidade e as Serras, de Eça de Queiroz,o gabinete atualmente está em reforma do espaço destinado ao estudo e leitura, a parte elétrica está sendo trocada e a climatização em fase de finalização.
Biblioteca preciosa com mais de 80 mil exemplares
Muitas pessoas, principalmente estudantes, frequentam o local para estudar ou apenas ler. Hoje cerca de 30 pessoas visitam diariamente o Gabinete.Para manter o espaço funcionando, os sócios pagam um valor mensal, pois os governos de Portugal e do Brasil não administram o espaço. Também são realizadas exposições, exibição de filmes,palestras e lançamentos de livros.
Detalhe para as obras raras
Se o antes o lema era o de unir os portugueses residentes no estado, hoje o Gabinete Português de Leitura é uma referência não só para os patrícios, mas para todo o povo pernambucano.
Salão principal