Escritora Lenah Oswaldo Cruz transforma em autobiografia manuscritos que encontrou do pai sobre o romance que chocou as sociedades paulista e carioca dos anos 40
Com saltos cronológicos no enredo, a história começa nos idos de 1935, em São Paulo, passa pelos Estados Unidos, França e termina no Rio de Janeiro. Mas tudo só se conecta na década de 1980, após a morte de Luiz. A autora encontra o manuscrito do pai enquanto procurava a antiga batina de padre que, arrependido e amargurado pelos rumos que a vida tomou, desejava ser enterrado com ela.
Escrito em primeira pessoa, a obra mistura lembranças de Lenah às anotações do pai. Os relatos atravessam os mais diversos cenários do século 20 e se cruzam a acontecimentos importantes da história – como a Revolução Constitucionalista – e grandes personalidades do cenário nacional.
– A senhorita me dá a honra dessa dança?
Foi assim que o primeiro homem com quem eu dancei na vida foi com
o pai de minha amiga Susana, o querido poeta Vinicius de Moraes. A música
era lenta, americana, e parecia não acabar nunca para mim que tentava
prestar atenção a fim de não errar os passos. (A Voz do Tempo, p. 58)
Quase como numa catarse, Lenah Oswaldo Cruz mergulha no passado dos pais na tentativa de compreender a própria história e desvendar em que ponto a jovem estudante Dora e Luiz, o culto professor de Filosofia, preocupados com os menos favorecidos, se transformaram em pessoas que tiveram a coragem de agredir e abandonar os filhos.
Se o passado não pode ser apagado, em A voz do tempo o leitor perceberá que o futuro sempre pode reservar surpresas. Antes de morrer, Luiz relevou a traição da ex-esposa, lamentou pelo casamento e pediu perdão aos filhos. Assim, ódio e mágoas deram lugar à compreensão, e a história que antes machucava agora merecia ser eternizada.
FICHA TÉCNICA
Título: A Voz do Tempo
Autor: Lenah Oswaldo Cruz
Editora: Migalhas
ISBN/ASIN: 978-85-61707-86-6
Formato: 20 x 13,4 cm
Páginas: 192
Preço: R$ 50,00
Link de venda: Amazon
Sobre a autora: Lenah Oswaldo Cruz tem três filhos, é formada em Biblioteconomia e atuou em bibliotecas pelo Rio de Janeiro, como o acervo particular do príncipe Pedro Gastão de Orleans e Bragança, membro da família imperial brasileira. Também foi sócia de uma empresa de cerâmica em Petrópolis.
Formada pelo curso de turismo da Embratur, é guia credenciada no Brasil. Foi gerente do turismo receptivo de Petrópolis e durante dez anos trabalhou em agências de turismo. Na literatura assina dois títulos: Dias de Mil Horas, publicado em 1988, e a mais recente A Voz do Tempo, autobiografia que eterniza a própria história e a dos pais Dora e Luiz, um amor proibido que também causou muita dor.
*Matéria publicada com informações da assessoria.